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SILICON VALLEY BANK: O IMPACTO DAS CLÁUSULAS DE EXCLUSIVIDADE

De uma forma breve, as cláusulas de exclusividade são condições incluídas em um contrato que restringem uma ou ambas as partes envolvidas de buscar serviços, produtos ou parcerias com outras empresas ou instituições. Essas cláusulas são frequentemente usadas em acordos comerciais, contratos de fornecedores ou contratos de prestação de serviços.


Entenda as Cláusulas de Exclusividade

Empresas podem utilizar cláusulas de exclusividade para garantir que seus clientes ou parceiros comerciais não procurem soluções similares com a concorrência ou para garantir um fluxo constante de negócios. Isso pode ter um impacto significativo nos negócios, porque limita a capacidade de buscar outras oportunidades ou parcerias que possam ser benéficas.

No Brasil, a livre iniciativa e a livre concorrência não podem ser limitadas legal ou contratualmente, a menos que existam fundadas razões.


Em geral, para que as cláusulas de exclusividade sejam válidas, elas devem estar de acordo com as leis aplicáveis e serem negociadas entre as partes de forma livre e consciente. Caso contrário, podem ser anuladas ou consideradas inválidas pelo poder judiciário.


Algumas situações que podem levar à invalidade:

1. Violação de leis antitruste: as cláusulas de exclusividade que são usadas para impedir a concorrência podem violar as leis antitruste e serem anuladas pelo poder judiciário.

2. Ausência de acordo mútuo: caso não haja acordo mútuo entre as partes envolvidas. Se uma empresa impuser uma cláusula de exclusividade sem a concordância de seu parceiro comercial, essa cláusula pode ser considerada inválida.

3. Contratos de adesão: Em alguns casos, cláusulas de exclusividade em contratos assim, que são contratos com cláusulas padronizadas, podem ser consideradas abusivas e anuladas pelo poder judiciário.

4. Descumprimento de outras obrigações contratuais: se uma das partes não cumprir suas obrigações contratuais, a cláusula de exclusividade pode ser considerada inválida.

O Caso do Silicon Valley Bank

Algumas empresas que eram clientes do Silicon Valley Bank (SVB) foram submetidas a cláusulas de exclusividade, que restringiram suas possibilidades de acessar serviços financeiros em outras instituições. Caso precisassem de um empréstimo, por exemplo, elas só poderiam obtê-lo por meio do SVB, visto que estavam impedidas de buscar outras opções de financiamento.

Esses contratos apresentavam variações na linguagem e abrangência, mas, em geral, impediam que os clientes buscassem soluções de financiamento ou crédito em outras instituições. Além disso, exigiam que as empresas abrissem ou mantivessem contas bancárias no SVB e utilizassem a empresa para a maioria ou todos os seus serviços bancários.

No caso do Silicon Valley Bank, por não ter acesso aos contratos firmados, não seria possível afirmar com absoluta certeza se haveria ou não abusividade. É sempre necessário analisar o teor das cláusulas para entender se há um equilíbrio entre as partes. Caso contrário, ao menos no Brasil, em situação semelhante, os termos seriam anuláveis perante o judiciário.

No cenário que temos acompanhado, nosso intuito é trazer uma reflexão sobre a crise em curso no setor de investimento de risco, cujos efeitos podem se alastrar em diversos aspectos e de forma global. A DocuSign, empresa de gestão de documentos online, estava entre aquelas que possuía acordo de exclusividade com SVB.

É essencial ponderarmos sobre a relevância do SVB para as empresas. A descrição da SVB como "o parceiro financeiro da economia da inovação" ressalta a sua sincronia com as demandas dos empreendedores e investidores de capital de risco, além de suas conexões de rede, que tornaram o banco onipresente no meio das startups.

Desde a sua criação, o banco tem sido um grande defensor do empreendedorismo e, frequentemente, o principal pilar de sustentação dessas empresas e do ecossistema como um todo. Esse pode ter sido o motivo para o SVB dominar o mercado, tornando o ecossistema em grande risco: mais de 50% das transações e depósitos do ecossistema são feitos por apenas uma instituição.

No caso das startups, uma saída é adotar uma estratégia de diversificação das fontes de financiamento: estruturar private equities, joint ventures, contratos de mútuo conversíveis em ações/quotas, dentre outros.


Nós, do Pádua Faria, temos soluções tanto para empreendedores que pretendem investir suas reservas, quanto para aqueles que necessitam de investimento. Acompanhamos as negociações, avaliamos riscos e fornecemos ferramentas jurídicas adequadas a cada negócio específico.

Se você ficou interessado nessa matéria, acompanhe os próximos artigos sobre em nosso blog e fique em nossas redes sociais. Estamos sempre à disposição!



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